As Caretas de Acupe. Disponível in: http://jessicasilva.com.br/gallery-category/cultura/

Coordenação: Profº Dr. Fábio Baqueiro Figueiredo, Prof. Dra. Cristiane Santos Souza e Prof. Dra. Mariana da Costa A. Petroni

Bolsistas e Voluntárias/os

Bolsista: Joice Lorena do Sacramento Alves;

Voluntária: Illana Ribeiro Bonfim;

Monitoria: Jamille Reis, Ludmila Martins, Ruan Jones, Tainá Araújo, Gleidson Júnior e Aldine Valente.


Objetivo

Este projeto de extensão tem como objetivo a promoção do diálogo da universidade com a comunidade externa, por meio da troca de saberes científicos e populares. E nessa perspectiva fortalecer, principalmente, a formação dos estudantes por meio da indissociabiidade entre ensino-pesquisa- extensão. Dessa maneira, visamos, por meio de processos educativos e culturais, sensibilizar a juventude da comunidade de Acupe, localizada em Santo Amaro da Purificação, sobre suas tradições culturais e artísticas e promover o debate comunitário sobre histórias locais e regionais.

As Caretas de Acupe

Grupo cultural sediado no município de Santo Amaro da Purificação no Recôncavo baiano. Este grupo cultural produz máscaras de papel machê e fomenta a realização, na comunidade, das festas de julho, que celebram a Independência na Bahia. As Caretas de Acupe foi tema do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Joice Lorena do Sacramento Alves, no Bacharelado de Humanidades, e que está pleiteando uma bolsa junto a este edital. É baseado nesta pesquisa que apresentamos este projeto de extensão, que entre seus objetivos busca a promoção do diálogo da universidade com a comunidade externa, por meio da troca de saberes científicos e populares. Há quase dois século os moradores de Acupe, durante o mês de julho, transformam as ruas do distrito num grande palco ambulante. Disfarçados com máscaras e longos vestidos de chitas, os mascarados saem assustando os desavisados, em uma festa que tem sua origem ainda no período da escravidão. Entre as diferentes versões sobre a origem da festa, uma delas afirma que ela surgiu como mote de enfrentamento a um senhor de engenho da região, que queria dar um baile de máscaras à moda europeia e foi surpreendido com a invasão de escravizados com suas máscaras e fantasias. Hoje, os mascarados de Acupe (re)significam as memórias do processo de escravidão para “brincar o dois de julho”. Este projeto está baseado na ideia de que o legado do passado compõe o paradoxo de “experiências não vividas”. Pois imagens associadas às revoltas e traumas relacionados à escravidão, articulam-se a questões políticas e de violência social de várias ordens, vividas pela comunidade de Acupe (Pinto, 2014). Pois como afirma Benjamin: “articular historicamente o passado não significa conhecê-lo como ele de fato foi. Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no momento do perigo” (1993, p.224). Além da história, a indumentária utilizada pelos mascarados também chama a atenção. São usadas máscaras de papel machê produzidas artesanalmente, nas quais predominam os aspectos grosseiros e animalescos, saias feitas com folhas de bananeira secas e sobre ela um pano de chita, botas, luvas, capote, calça e a cabeça coberta. Os mascarados levam na mão uma espécie de chicote chamado “manguá”. A proposta da brincadeira é provocar o medo, o susto e o riso e assim espantar os maus espíritos. O que se diz é que os mascarados saem às ruas para pegar as crianças que fazem xixi na cama e não gostam de estudar. Assim, partindo da perspectiva de que as imagens de experiências do passado mobilizadas por pessoas que não as vivenciaram articulam-se aos problemas vividos pela comunidade atualmente (Turner, 1986), esse projeto tem como objetivo viabilizar a realização de oficinas de formação para os jovens do distrito de Acupe, realizar rodas de conversa sobre a história e a cultura local e oficinas de percussão, música e expressão corporal com o intuito de expandir e revitalizar o grupo Caretas de Acupe.

Parcerias

Grupo Cultural de Capoeira Raízes de Acupe; Grupo Cultural Caretas de Acupe

Metodologia

A participação dos jovens na confecção das caretas fortalece a cultura do faça você mesmo, onde pessoas da comunidade imbuídas com o pertencimento se propuseram a conhecer e aplicar essas novas informações, agregando valores antes enfraquecidos pela falta de incentivo. A realização de oficinas de arte e percussão, procura fomentar a experimentação, por meio da troca entre os participantes, em um ambiente de colaboração. Os erros e sucessos são encarados como parte do processo de aprendizagem. A socialização dos resultados alcançados, por meio de desfiles e exposições, abre caminhos à reflexão individual e coletiva, e a possibilidade de ampliação do aprendizado e a tomada de decisão sobre sua continuidade pelo participante. Por outro lado, as oficinas de história e cultura local deve acontecer por meio da socialização de histórias da região feita com o auxílio dos mais velhos, a apresentação de vídeos e fotografias e o debate. Por fim, a metodologia deste projeto prevê oportunizar espaços de troca de experiência, reflexão e debates, bem como a constituição de um acervo de fotografias e outros materiais produzidos mediante a realização das ações (uma memória).

Atividades

  • Oficina de Produção de Máscaras,
  • Oficina de Percussão,
  • Oficina de Toques (Atabaque e Berimbau),
  • Rodas de Conversa “Memórias e Narrativas”,
  • Projeto na Festa do 2 de Julho Equipe de Trabalho,
  • Exposição de Máscaras e Imagens Produzidas.

Resultados esperados

Promover o diálogo da universidade com a comunidade externa; fortalecer o processo de aprendizagem dos estudantes envolvidos; instigar os jovens de Acupe na manutenção de suas tradições; produzir elementos da cultura material e imaterial da região; apreender aspectos da cultura e das histórias locais, produzir um documentário fotográfico sobre as atividades realizadas.

Galeria de Fotos

Fotos das atividades realizadas pelo projeto no ano de 2018. Clique Aqui.

Chamada para Monitoria


EDITAL DE SELEÇÃO PARA MONITORES VOLUNTÁRIOS Clique Aqui. RESULTADO DA SELEÇÃO Clique Aqui.

Roda de Conversa

Temática: Saberes Populares